Qual mulher que não desgruda da bolsa? “Eu adoro bolsa”, reconhece uma jovem. “Não posso sair sem uma bolsa”, diz uma mulher. “Bolsa é essencial”, afirma outra.
A bolsa acaba passando por vários lugares. É por isso que o Fantástico decidiu fazer um teste. Instalamos uma microcâmera em algumas bolsas para mostrar, em detalhes, por onde elas andam: pelo ônibus, praça de alimentação, bancos de rua. E daí é pra pior. “Quando venho ao banheiro, geralmente coloco no chão ou, então, em cima do lavatório”, conta uma mulher.
E depois, a bolsa ainda pode ir para perto da comida. “Eu não sei o que está mais sujo, se é a bolsa ou se é o balcão”, afirma a cabeleireira Solange Ferreira.
Não sabe? Então, o Fantástico explica. Nós chamamos um laboratório de análises clínicas para testar as bolsas. Será que elas carregam bichos invisíveis? Técnicos coletaram amostras das partes mais expostas das bolsas.
O resultado mostrou que todas tinham algum tipo de bactéria. Muitas estavam cheias de coliformes fecais, aquelas bactérias das fezes de animais e seres humanos. E o pior: as donas estavam comendo com as bolsas do lado.
Os coliformes são perigosos. Causam principalmente infecções intestinais. “E o que nós fazemos com nossa bolsa? Levamos para todos os lugares e chegamos na nossa casa e colocamos em cima da mesa, a mesa em que nós fazemos as nossas refeições. Esses microorganismos podem ir para o nosso prato através da nossa bolsa”, explica a microbiologista Marta Cristina Souza.
O resultado mais surpreendente foi a presença em diversas bolsas da Staphylococus Aureos, a temida super bactéria. Quando ela surge em hospitais, onde as pessoas estão enfraquecidas, pode ter consequências muito graves.
“Ela tem resistência a uma grande parte dos antibióticos. Então, ela é bastante perigosa por essa resistência aos antibióticos. E ela pode trazer infecções de pele, problemas de gastroenterite, assim como os coliformes fecais”, aponta a microbiologista Marta Cristina Souza.
Analisamos também o resultado de algumas estudantes da universidade, uma delas é a Paloma. E o Fantástico mostra para a jovem o resultado. Paloma deu sorte. Apareceram bactérias na bolsa dela, mas poucas.
“Os resultados apurados não foram significativos, para que a gente falasse para a Paloma que a bolsa dela está contaminada”, diz a microbiologista.
“Como não deu nada, a gente fica mais tranquila. Agora, a gente começa a ver de outro ângulo. Então, a gente vai começar a tomar mais cuidado”, diz a jovem.
Para começar a ter mais cuidado. Atenção para as dicas da professora Marta Cristina Souza: não deixe a bolsa no chão, nem leve ao banheiro. Jamais coloque a bolsa em cima da pia ou na caixa de descarga e nunca deixe em mesas de refeições. Procure limpar a bolsa com pano, água e sabão, no mínimo, uma vez por semana. No carro, guarde sempre no porta-malas, que é menos contaminado do que o chão e mais seguro que o banco.
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